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Edição 2023 do Anuário Estatístico da CEPAL oferece um conjunto de estatísticas regionais sobre os três pilares do desenvolvimento

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21 de fevereiro de 2024|Comunicado de imprensa

A versão 2023 do documento inclui indicadores selecionados sobre a situação econômica, social e ambiental da América Latina e do Caribe.

Um panorama estatístico sobre o desenvolvimento sociodemográfico, econômico e ambiental dos países da região é o que apresenta o Anuário Estatístico da América Latina e do Caribe 2023, relatório anual da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) divulgado hoje.

A publicação, uma das mais importantes do organismo regional das Nações Unidas, constitui uma referência para quem deseja contar com dados estatísticos descritivos comparáveis entre países e ao longo do tempo. A presente edição contém informações que se encontravam disponíveis até meados de dezembro de 2023.

O Anuário Estatístico 2023 é organizado em três capítulos. O primeiro apresenta aspectos demográficos e sociais que incluem indicadores de população, trabalho, educação, saúde, habitação e serviços básicos, pobreza e distribuição de renda e gênero.

No âmbito social destaca-se o fato de que a porcentagem de pessoas em situação de pobreza caiu em 2022 para os níveis anteriores à pandemia, alcançando 29%. A edição deste ano inclui pela primeira vez informação sobre a situação da pobreza por divisão administrativa maior, o que permite uma visão comparativa da região sobre a expressão geográfica da falta de renda.

As cifras mais recentes mostram um processo contínuo de redução do tamanho dos domicílios. Em 2022, os domicílios tinham 3,4 pessoas em média, enquanto em 2010 a cifra era de 3,9 pessoas, mantendo importantes diferenças entre grupos socioeconômicos: os domicílios do quintil de menor renda têm 1,7 pessoa mais que os do quintil com maior renda. A composição dos domicílios também mudou de maneira apreciável nos últimos 12 anos, com um crescimento dos domicílios unipessoais e os casais sem filhos e uma diminuição dos domicílios extensos.

A frequência a um estabelecimento de educação terciária mostra ampla heterogeneidade entre grupos socioeconômicos e áreas. Nas áreas urbanas, enquanto 52,9% da população de 20 a 24 anos do quintil mais rico participa do processo de formação educacional superior, somente 26,7% do quintil mais pobre encontra-se em situação semelhante. Essas porcentagens caem para 28,5% e 15,4%, respectivamente, nas áreas rurais.

O segundo capítulo apresenta informação econômica sobre contas nacionais, balanço de pagamentos, comércio exterior e índices de preços, entre outros temas.

O Anuário mostra que, em 2023, as economias da região desaceleraram sua taxa de crescimento do Produto Interno Bruto, estimada em 2,2%, inferior à taxa de 4% registrada no ano anterior. Apesar de todas as sub-regiões mostrarem um menor crescimento em 2023 em relação a 2022, destaca-se a heterogeneidade entre os países. Assim, a  América do Sul cresceu 1,5% (3,8% em 2022), o grupo formado pela América Central e México 3,5% (4,1% em 2022) e o Caribe (excluindo a Guiana) 3,4% (6,4% em 2022).

Ao complexo cenário interno da região, soma-se uma situação pouco favorável no setor externo. Em 2022, a América Latina e o Caribe registraram um déficit da conta corrente do balanço de pagamentos de 2,7% do PIB, com uma deterioração na balança comercial da região, influenciada por um crescimento das importações de bens e serviços de 22,7%, superior à expansão de 19,7% das exportações.

O terceiro capítulo oferece estatísticas ambientais da região. Apresenta métricas sobre condições físicas, cobertura terrestre, ecossistemas, biodiversidade, recursos energéticos, hídricos e biológicos, emissões no ar, qualidade ambiental, mudança climática e eventos extremos e desastres.

A América Latina e o Caribe são muito vulneráveis às consequências negativas da mudança climática: inundações, tempestades, secas e deslizamentos de terra, entre outros. No período 2016-2023, ocorreram 90 eventos perigosos e desastres, com mais de 52,8 milhões de pessoas diretamente afetadas e 5.600 mortes. O valor de todos os danos e perdas econômicas relacionados direta ou indiretamente com desastres foi de 123 bilhões de dólares.

A região possui 23% das florestas do mundo, mas a superfície florestal, principalmente as florestas naturais, diminuiu nos últimos 30 anos. Entre 1990 e 2020, a proporção de cobertura florestal regional diminuiu de 53% para 46% do território (de 1,07 bilhão para 932 milhões de hectares). Neste mesmo período, a perda total de superfície coberta por florestas em toda a região alcançou 138 milhões de hectares.

O Anuário Estatístico é publicado em versão impressa e em formato digital, incluindo uma seleção de quadros e gráficos orientados a oferecer um resumo da informação estatística sob a perspectiva regional. A versão interativa facilita a navegação e o acesso à informação apresentada em sua versão impressa, vinculando os gráficos e tabelas estatísticas com as séries de dados disponíveis nas bases de dados da CEPAL, o que permite acessar informações mais detalhadas e sobre um período histórico muito mais amplo. Também inclui um capítulo adicional que explica os aspectos metodológicos e as referências às fontes dos dados utilizadas.

A informação em que se baseia o Anuário faz parte do conjunto de estatísticas disponíveis em CEPALSTAT, a plataforma que dá acesso a toda a informação estatística atualizada dos países da região coletada, sistematizada e publicada pela CEPAL, permitindo visualizar as estatísticas da região no território através de seu Geoportal.

Dado que a maior parte da informação provém dos escritórios nacionais de estatística, bancos centrais, organismos internacionais e outras instituições oficiais, a CEPAL convida os usuários a prestar atenção nas fontes e notas técnicas que se apresentam neste trabalho. Os dados são obtidos a partir de metodologias e padrões internacionais com o fim de assegurar a maior comparabilidade possível entre os países, motivo pelo qual essas cifras podem não coincidir necessariamente com os dados nacionais.