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As economias da América Latina e do Caribe crescerão 2,1% em 2024 num contexto de incerteza global

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9 de maio de 2024|Comunicado de imprensa

A CEPAL atualizou suas projeções de crescimento econômico para os países da região.

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) fez uma sutil revisão indicando aumento da projeção de crescimento das economias da região em 2024. De acordo com novas estimativas divulgadas hoje, a agência das Nações Unidas prevê que a região crescerá em média de 2,1% este ano, tendo a América do Sul crescendo 1,6%, a América Central e o México 2,7% e o Caribe (excluindo a Guiana) 2,8%.

O ritmo de crescimento esperado para a região em 2024 permanece lento, tal qual observado nos últimos anos. A Comissão da ONU aponta que o grande desafio, portanto, é como avançar para um crescimento que seja mais elevado, dinâmico e inclusivo.

A região enfrenta um cenário internacional complexo, caracterizado por um crescimento da atividade econômica e do comércio global abaixo de suas médias históricas, juntamente com elevadas taxas de juros em países desenvolvidos, resultando em altos custos de financiamento para os países emergentes, incluindo os da região.

No âmbito interno, a tendência à redução da inflação tem dado espaço para os bancos centrais de vários países implementarem diminuições em suas taxas de juros de políticas, das quais se poderia esperar um impacto favorável na atividade econômica.

Ao longo de 2024, os mercados globais serão marcados por diversos fatores de risco, como indica a CEPAL. As crescentes tensões geopolíticas leverão o mundo a uma forte reorganização das cadeias de valor. Além disso, existe o risco de que os aumentos dos preços das matérias-primas possam atrasar os cortes das taxas de juros por parte dos principais bancos centrais, com efeitos negativos no crescimento econômico global. Somado a isso, se as taxas de juros permanecerem elevadas por mais tempo, aumentar-se-ão ainda mais as vulnerabilidades pela carga da dívida em várias economias emergentes e em desenvolvimento e também a vulnerabilidade do setor financeiro nos países desenvolvidos.

Assim como indicado pela CEPAL em ocasiões anteriores, o baixo crescimento esperado em 2024 não é apenas um problema temporário, mas reflete a queda na taxa de crescimento tendencial do PIB regional. A região enfrenta uma crise de desenvolvimento caracterizada por três armadilhas que se reforçam mutuamente: armadilha do baixo crescimento; armadilha da elevada desigualdade e baixa mobilidade social; e armadilha da baixa capacidade institucional e ineficiência de governança. Estas armadilhas condicionam e limitam a implementação da Agenda 2030 das Nações Unidas e, portanto, o desenvolvimento social inclusivo.

Para impulsionar o crescimento, a CEPAL tem insistido que a região deva aumentar a sua produtividade e aumentar o investimento em capital físico e humano. Para tanto, a região precisa não apenas investir mais, mas também melhor. Isto passa pela adoção de novas tecnologias, pela promoção de iniciativas de cluster e de boas práticas empresariais, pela promoção de melhorias profundas no processo de acumulação de capital e pelo aproveitamento adequado do capital social e ambiental das economias.

A CEPAL também identificou um portfólio de pelo menos 15 setores impulsionadores ou dinamizadores para um crescimento mais sustentável e inclusivo. É necessário que a região invista em diversas áreas que são críticas para incrementar a produtividade, tais quais infraestrutura, telecomunicações, digitalização, pesquisa e desenvolvimento, assim como realizar melhorias significativas nos programas de saúde e adaptar os sistemas educacionais para responder às mudanças que a digitalização e a automação trarão para os mercados de trabalho.